Pleno do CES/PE debate sobre cuidados e doenças cardiovasculares

A Atenção à Saúde na Linha do Cuidado Cardiovascular está em debate na 508ª Reunião Ordinária de Agosto, nesta quarta-feira (21/08), na Sede do Conselho Estadual de Saúde de Pernambuco (CES/PE). A exposição do tema foi realizada pela Secretária Executiva de Atenção à Saúde (SEAS – SES/PE), representada pelo coordenador estadual de Política de Cardiologia, Orlando Otávio de Medeiros.  Na construção do debate esteve presente a Associação dos Portadores de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca de Pernambuco, representada pela presidente Maria José de Queiroz e pela médica hematologista Cristina Carrazzoni,  que destacaram os desafios na área da atenção básica e a importância da ampliação de estrutura para atendimento de alta complexidade.

O Pleno acompanhou na apresentação os dados epidemiológicos, a rede de atendimento e habilitações, o atuação do programa Telemedicina, que ajuda no diagnóstico precoce dos eventos cardiovasculares agudos através da avaliação à distância do laudo do  eletrocardiograma. Além disso na exposição do tema foram indicadas as principais causas de doenças no aparelho circulatório, entre elas a hipertensão arterial;  a diabetes mellitus, que mesmo correspondendo ao um processo metabólico está associado a altos índices de doenças cardiovasculares; e as doenças negligenciadas como a febre reumática e doenças de Chagas.

“Em relação a doenças negligenciadas, o programa O SANAR sem dúvida realiza um grande enfrentamento a doenças negligenciadas, particularmente quanto a doenças de chagas houve uma diferença enorme interiorizando as ações”, afirmou Cristina Carrazzoni.

O Conselheiro Laucine José de Sá (segmento usuário – Distrito Sanitário Especial Indígena de Pernambuco) falou  da importância do mapeamento das áreas indígenas dos povos Xucuru, Atikun e Pankará, que são afetadas diretamente com barbeiro (vetor da doença de Chagas), além da investigação sobre a ocorrência da doença como a leishmaniose e malária.

Segundo a Conselheira Veridiana Ribeiro (segmento trabalhador – SINFARPE), no conceito farmacêutico não são as doenças que são negligenciadas, e sim as pessoas que  são negligenciadas. “As pessoas são negligenciadas em geral porque são pobres, negros, indígenas, estão em países em desenvolvimento. A indústria farmacêutica não tem nenhum interesse em ter medicamentos para essas doenças. A gente precisa identificar quem são esses pernambucanos/as  que estão sofrendo com essas doenças cardiovasculares, doença de Chagas”, sinalizou.

Durante a discussão, o Pleno enfatizou a necessidade de ampliar os investimentos na atenção básica e em programas que estimulem prática de atividades físicas, além de apontar a correlação doenças cardiovasculares com o consumo de alimentos industrializados.