Pleno do CES/PE debate sobre Plano de Atenção Oncológica para o Diagnóstico e tratamento do câncer em Pernambuco

No mês de conscientização e prevenção do câncer de mama, o Pleno do Conselho Estadual de Saúde de Pernambuco (CES/PE) esteve reunido na quarta-feira (09/10), na  518ª Reunião Ordinária do CES/PE por webconferência, para apreciar e debater sobre o Plano de Atenção Oncológica para o diagnóstico e tratamento do câncer no Estado de Pernambuco (2020-2022). A exposição de tema foi realizada pelo gestor de Clínica e Linhas de Cuidado da SES-PE, Rodrigo Bezerra Pires.

Segundo Rodrigo Bezerra, Pernambuco está investindo no Plano de Expansão do Atendimento para o Paciente Oncológico na Rede Hospitalar e Ambulatorial. Para o fortalecimento deste Plano são tidas como metas a implementação de mecanismos de controle do acesso e monitoramento dos tempos entre o diagnóstico e o início do tratamento para a radioterapia; além da estruturação da linha de cuidado para pacientes oncohematológicos; ampliação de forma regionalizada de exames para diagnóstico de câncer com prioridade nos cânceres mais prevalentes;  oferta de Teleconsulta para oncogenética;  serviço de diagnóstico nas UPAEs;  ampliação da produção de cirurgias oncológicas;  e habilitação de novos serviços em iodoterapia.

No debate, a conselheira Sérgia Cavalcanti (segmento usuário – Pastoral da Saúde Nordeste II) destacou a necessidade de planos de cuidado e prevenção ao câncer. O gestor de Clínica e Linhas de Cuidado da SES-PE esclareceu que as ações de prevenção, a exemplo do câncer de colo de útero, são implementadas junto as área de Atenção Primária de cada município.

O conselheiro Wilson Alencar (segmento usuário – Recanto Madre Paulina) ressaltou a importância da Política de Oncologia para quem faz parte do controle social. “Aprovada pelo CES/PE, esta política precisa da colaboração de todos que fazem parte do controle social para sua construção, e  depende de esforços governamentais e públicos para o seu fortalecimento. Com essa propositura de equipar a Rede Oncológica do Sertão/Vale do São Francisco e do Agreste, a estrutura apresentada dará um amparo a praticamente 1 milhão de pessoas, só daqui no lado do são Francisco, desafogando a  Região Metropolitana do Recife e Hospital do Câncer”, afirmou.

O colegiado também discutiu sobre a relação do uso de agrotóxico pelos trabalhadores rurais e da exposição à sílica e silicose no Polo Gesseiro com casos de câncer na Região do Vale de São Francisco e Araripe.

Para o conselheiro Antenor Martins (segmento usuário – FETAPE) o controle social precisa tratar a política de oncologia para além do tratamento: “o problema é que os médicos nunca colocam nos diagnósticos que o câncer tem relação direta com os agrotóxicos e isso tem dificultado a luta dos movimentos sociais sobre o uso abusivo de agrotóxicos. Precisamos enquanto controle social aprofundar as causas do câncer para além do tratamento”, defendeu.